25.9.09

ser mulher, ser professora

ontem vivi a maior demonstração do pensamento intelectual em harmonia e coerência com a vida pessoal, foi lindo, fiquei emocionada de verdade.

Carolina é minha professora de especialização em arte e estética contemporânea. logo na primeira aula já se colocou como feminista e contou um pouco de suas atividades extra acadêmicas, entre outras coisas, é assessora de imprensa do ministro do interior. a bibliografia do curso é super extensa e para o segundo trabalho de teoria escolhi uma autora chilena, Nelly Richard (nascida na frança, mas latino americana de coração) e seu livro "Residuos y Metáforas (Ensayos de crítica cultural sobre el Chile de la Transición)". aprendi e pensei um monte, discordei um pouco, enfim, foi aquele frenesi. recomendo a visita à Revista de Crítica Cultural, que ela dirigiu por 18 anos.

ontem durante a aula estávamos discutindo figuras de linguagem na poesia quando de repente a professora conta que ela está recém-operada de um câncer e que não podia virar para os amigos e fazer uso de uma figura de linguagem para se referir à doença, mas que simplesmente deveria dizer "tenho câncer" e ponto. ontem foi a primeira vez que saiu de casa depois da cirurgia, especialmente para ir à universidade. estava muito bonita e leve, juro.

imediatamente lembrei de Susan Sontag e seu livro "Doença como metáfora/Aids como metáfora". a vida não é fácil, mas ser feliz sim. um pensamento simples que fortaleci depois de algumas mulheres e muitos pensamentos.

Um comentário:

  1. linda.
    você com certeza já tinha essa sementinha em você.
    saudade.
    acho que vou voar de balão, queria que vc viesse comigo.
    senão, depois vamos?

    ResponderExcluir